Histórico do Grupo Vale Sem Dor




No ano de 2005 um médico neurologista de São José dos Campos, que fica no Vale do Paraíba no Estado de São Paulo, Dr Sidney Sredni, procurando aperfeiçoar seus conhecimentos no tratamanto de seus pacientes com Dor Crônica, fez , no Grupo de Dor do HC/FMUSP o curso de Pós Graduação em Tratamento Interdisciplinar de Dor Crônica.


Dois anos após outro médico, também de São José dos Campos, desta vez um ortopedista, o Dr. Alexandre Guerreiro da Fonseca, fez pelos mesmos motivos a mesma Pós Graduação.


Apesar de já terem trabalhado por alguns anos no mesmo hospital em SJC eram apenas conhecidos de corredor de hospital, mas tendo feito a mesma Pós passaram a frequentar rotineiramente os mesmos Congressos, Simpósios e Cursos voltados para o tema Dor Crônica.

Nos intervalos das palestras e evento conversavam a respeito das dificuldades e problemas que encontravam no acompanhamento dos pacientes com Dor Crônica e principalmente na falta de um atendimento interdisciplinar, e não apenas multidisciplinar, além do fato dos pacientes e muitos colegas médicos desconhecerem o que vem a ser uma Dor Crônica, pois esta não é uma simples continuação de uma dor aguda.

No CINDOR ( Congresso de Dor do HC-FMUSP) encontraram outro colega do Vale do Paraíba que atua na área Dor, o Dr. José Wanderley Fonseca, anestesista da vizinha cidade de Jacareí, com formação em Dor na UNIFESP-EPM e durante um intervalo de palestar, no cafézinho, combinaram que na semana seguinte aoevento se reuniriam para discutir a possibilidade de se criar na região um Gurpo de Dor, um sonho comum do três.

No dia 26 de junho de 2010 o grupo foi oficialmente apresentado ao meio médico com o lançamento da Campanha Diga Não a Dor em evento ocorrido em São José dos Campos tornando este sonho comum destes médicos em algo concreto e real.



Evento de Lançamento do Grupo

Evento de Lançamento do Grupo

terça-feira, 6 de julho de 2010

História do Tratamento da Dor Crônica - Uma nova abordagem a uma velha conhecida

O estudo da dor crônica teve seu início não com um médico e sim com um psicólogo canadenese Ronald Melzac, que na sua após terminar os estudos de sua tese de Doutorado Phd em 1954 junto com D.O. Hebb na Universidade de MaGill em Montreal começaram a trabalhar com pacientes que sofriam de dores de membro fantasma, ou seja pessoas que relatavam sentir dores nos membros após os mesmos terem sido amputados.

Notou que as dores freqüentemente tinham pouco valor fisiológico e que algumas dores eram completamente desproporcionais ao dano tecidual, muitas vezes persistindo mesmo após o dano tecidual deixou de existir.

Ainda quando fazia os estudos como aluno da pós graduação Melzac iniciou a colheta de palavara dolorosas ( pain words) e começou a separá-las em classes que se assemelhavam como quente, queimação, escaldante e fervendo.

Em 1975 este estudo levou ao desenvolvimento do questionário Mc Gill, que atualmente é utilizado em clínicas de dor para câncer e cuidados paleativos.

Em 1965 enquanto no MIT ( Massachussets Institute of Technology ), junto com seu colaborador Patrick David Wall desenvolveu a “Teoria da Comportas para a Dor ”, que afirma que afirma que a dor é compartimentada ou modulada por uma experiência passada. A Teoria das Comportas levou a preciosa descoberta das endorfinas e encefalinas, os opióides naturais do corpo. Ele também é responsável por trabalhos em analgesia induzida por stress, dor em membro fantasma e a teoria da matrix neural.

Pesquisas posteriores em Mc Gill indicaram a existência de dois tipos de dores, transmitidas por duas vias distintas no sistema nervoso central. A dor aguda e rápida, tal como a dor de um corte no dedo é transmitida por uma via que denominou o sistema “lateral”, porque passa pela medula espinhal no seu aspecto mais lateral do H medular, enquanto que a dor crônica segue uma via mais central do H medular

Devido ao grande número de pacientes com dores crônicas, cerca de 30 % da população estudos sobre dor crônica começaram a se espalhar pelo mundo.

Em 1973 um anestesista do Estado de Washington, Professor de Anestesiologia da Universidade, Prof John Bonica, no EUA promoveu uma Conferência na cidade de Issaquah, próxima a Seatle da qual se originou o IASP ( International Association for the Study of Pain = Associação Interancional para o Estudo da Dor) e a revista Pain ( Dor), que atualmente está presente por meio de suas associações locais em 108 países.

No Brasil a Associação é a SBED ( Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor)

É da IASP a definição atual de dor, que deriva de uma definição feita por Harold Merskey em 1964, que foi tornada oficial em 1979 quando foi publicada na Revista Pain nº 6 na página 250.

“Dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a uma lesão real ou potencial, ou descrita em termos de tal (definição da Associação Internacional para o Estudo da Dor - IASP).”

Na década de 1960, a médica inglesa Cecily Saunders ( Mãe da especialidade chamada Cuidados Paleativos) acrescentou ao conhecimento da dor o conceito de dor total, através do qual admite que uma pessoa sofre não apenas pelos danos físicos que possui, mas também pelas conseqüências emocionais, sociais e espirituais que a proximidade da morte pode lhe proporcionar. Saunders estabeleceu a importância de uma abordagem multidisciplinar e da presença de uma equipe multiprofissional para que se obtenha o máximo sucesso no tratamento dessa pessoa.

Em 11 de outubro de 2004, Organização Mundial de Saúde (OMS) co-patrocinou o primeiro dia Global Contra a Dor, que busca atrair a atenção global para a necessidade urgente de um alívio melhor da dor para doentes com doenças tais como o câncer e SIDA. A campanha organizada pela Associação Internacional para Estudo da Dor (IASP) e a Federação Européia da IASP (EFIC), pedindo o reconhecimento que o alívio da dor faz parte integral do perfeito estado de saúde , tornando o alívio da dor um dos Direitos Universais do Homem

Em maio de 2008 no Panamá, no Fórum de Especialistas Latino-americanos a

FEDELAT – Federación Latinoamericana de Asociaciones para el Estudio del Dolor determinou que:

 O manejo adequado da dor é um direito do paciente

 Os médicos tem o dever de escutar e de atender adequadamente a dor reportada pelo paciente

 Oferecer o alívio necessário da dor é algo isento de uma responsabilidade legal potencial

 Os médicos que não se sentem capazes ou não estão disponíveis para garantir a adequada analgesia devem enviar o paciente a um colega com essa especialidade

 O manejo adequado da dor deve ser um componente obrigatório da educação médica continuada

Por que tanta importância no Tratamento da Dor crônica?

Cerca de um terço da população apresentará algum tipo de dor crônica durante a vida. À medida que vivemos mais, cresce o número de pessoas com dores na coluna, articulações, doenças reumáticas, câncer, degenerações ou inflamações nos órgãos internos e outros problemas que podem provocar dores crônicas.

Dor é uma sensação que surge quando há ameaça de dano aos tecidos. Senti-la é fundamental para manter a integridade do organismo. Doenças que alteram a sensibilidade estão associadas ao aparecimento de traumatismos e ferimentos imperceptíveis. É o caso das ulcerações que costumam surgir nos pés dos diabéticos portadores de neuropatias nos membros inferiores, por exemplo.

Quando um tecido é traumatizado ocorre liberação local de substâncias químicas, imediatamente detectadas pelas terminações nervosas. Estas disparam um impulso elétrico que corre até a parte posterior da medula espinal. Nessa região, um grupo especial de neurônios se encarrega de transmiti-lo para o córtex cerebral, área responsável pela cognição. Aí o impulso será percebido, localizado e interpretado.

Para se ter uma idéia da velocidade de transmissão do impulso elétrico, é só pensar no tempo decorrido entre encostarmos a mão num objeto quente e nos afastarmos dele.

Esse circuito complexo de fibras nervosas que conduzem o sinal está associado à liberação de mediadores químicos, responsáveis pela sintonia fina do mecanismo da dor. De um lado, o organismo precisa da dor para defender-se, mas o processo não pode ser perpetuado.

Com a finalidade de impedir que a dor persista mais tempo do que o necessário, os sinais que chegam ao cérebro e se tornam conscientes vão estimular a liberação de substâncias chamadas endorfinas (por sua semelhança à morfina) e encefalinas, que inibem a propagação do impulso elétrico.

O mecanismo de inibição da dor é tão importante para a sobrevivência do organismo, quanto o circuito responsável pela percepção dela. Se não fosse ele, a dor de um pequeno corte persistiria enquanto durasse o processo de cicatrização.

Dores crônicas podem ser devidas tanto a desordens do sistema responsável pela percepção quanto da inibição da dor. A fibromialgia, por exemplo, uma doença debilitante causadora de dores musculares crônicas muitas vezes não diagnosticada pelos médicos, é tida hoje como conseqüente a um desarranjo nos mecanismos de inibição da dor.

É um erro considerar a dor crônica como uma versão prolongada da aguda. Quando os sinais de dor são gerados repetidamente, os circuitos neurológicos sofrem alterações eletroquímicas que os tornam hipersensíveis aos estímulos e mais resistentes aos mecanismos inibitórios da dor. Disso resulta uma espécie de memória dolorosa guardada na medula espinal.

O conhecimento detalhado desses mediadores levará à descoberta de analgésicos mais potentes e com menos efeitos colaterais.

Os circuitos nervosos responsáveis pela dor crônica são tão diferentes daqueles associados à dor aguda, que muitos autores propõem nomes diferentes para caracterizar os dois processos: eudinia para as dores agudas e maledinia para as crônicas.

Dor crônica é uma doença debilitante com conseqüências nefastas para a condição física, psicológica e o comportamento. Seus portadores desenvolvem depressão, deficiências psicomotoras, lembranças e sensações de perda que muitas vezes guardam pouca relação com o quadro doloroso.

Tais sintomas costumam ser interpretados como característicos de patologias psiquiátricas, quando na verdade refletem apenas a semelhança que existe entre dor e memória.

Para agravar este quadro os estudos sobre dor crônica são muito recentes e sua importância só recentemente incluída pela OMS como direito fundamental.

Ainda são poucas escolas de medicina e de profissões afins que tem em sue currículo de formação o estudo da dor crônica e ainda existem muito Mitos e taus envolvendo a dor, que muito dificultam seu tratamento, seja pelos profissionais, seja pelos pacientes.

São mitos comuns:

1-A dor é uma parte da minha doença e eu devo tolerá-la. Ainda que seja inconfortável ela não é prejudicial. Fato: a dor coloca tensão sobre o corpo e rouba a energia que ele precisa para combater a doença. A dor interfere no apetite, no sono e atrapalha as atividades. Mantém você na cama quando o melhor seria estar se locomovendo e pode tirar uma importante ferramenta do seu sistema imunológico. A dor crônica pode alterar as células nervosas na medula causando hipersensibilidade para um mesmo estímulo. A dor é uma séria condição e deve ser tratada.

2- Bons paciente não se queixam de suas dores. Fato: controlar a sua dor é importante para o seu bem estar. Seu médico necessita saber se você está sentindo dor, se a sua dor está piorando ou se a medicação que você está tomando não está funcionando. O trabalho do seu médico é ajudar a descobrir um alívio para a sua dor.

3- Uma dor nova ou que aumenta de intensidade quer dizer que a minha doença está progredindo. Fato: aumento da dor ou mesmo diminuição do intervalo da dor pode significar que você está se tornando intolerante à medicação. Neste caso o seu médico pode aumentar a dose da medicação que você está tomando ou prescrever outra diferente. Sempre comunique ao seu médico uma dor nova, diferente ou que tenha mudado de intensidade.

4- Eu devo esperar até não aguentar mais para poder pedir por um remédio. Fato:a dor de pouca intensidade é mais fácil de ser controlada do que a dor de grande intensidade. Os médicos descobriram que é mais fácil tratar uma dor quando ela está no início ou então mais fraca e, por isso, muitos estão prescrevendo uma medicação para ser tomada durante o dia. A medicação tomada de uma forma regular previne de surgir uma dor e cria menos efeitos colaterais.

5- Se eu tomar muita medicação ela não vai fazer efeito quando eu realmente precisar dela. Fato: as medicações para dor não param de fazer efeito. Algumas vezes, quando você desenvolver resistência por uma droga ou a sua dor aumentar, o seu corpo vai necessitar de doses maiores ou de uma medicação mais forte (como a morfina, por exemplo).

Trata-se portanto de uma verdadeira revolução na cultura existente a respeito de dor

Por isso a importância do especialista em dor , o Algologista ( Algos = Dor + Logos = Estudo) e do tratamento interdisciplinar ( que difere do multidisciplinar) do paciente com dor



Alexandre Guerreiro da Fonseca

4 comentários:

  1. Dr. Alexandre, gostaria de parabenizá-lo pela iniciativa de postar nesse meio tão importante que é a internet um assunto que merece muita atenção tanto do corpo médico, quanto dos empregadores de nossa região.
    Acredito que com a formação do grupo, muito se poderá fazer em benefício do tratamento da dor, principalmente, da dor crônica.

    Um abraço,

    Seu paciente Luciano de Paula

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  2. DR.ALEXANDRE, TENHO ESSA DOENÇA A 4 ANOS,NOS PRIMEIROS 3ANOS TRATEI COM REUMATOLOGISTA ,COMO ARTRITE REUMATOIDE,NAO MELHORAVA S A DOR, MUDEI PARA UMA MEDICA EM SOA JOSE E EM 5 MESES ENGORDEI 10 QUILOS, E PIOROU TUDO AGORA DOI O CORPO TODO,ELA FALOU QUE ERA FIBRMIALGIA, TENHO DORES IMSUPORTAVEIS,DA PLANTA DOS PES ATE A CABEÇA, TENHO CAIMBRAS POR TODO CORPO, E TAMBEM DOR NA BARRIGA. ESTOU DESISTINDO DO TRATAMENTO NAO SEI O QUE VAI ACONTECER NADA PASSA A DOR.ESTOU MEIO PERDIDA, JA NAO TENHO VIDA SOCIAL. MEU NOME E ROSEMERE FABRIE MORO EM JACAREI. DESCUPE FOI APENAS UM DESABAFO . PARABENS, CONTINUE LUTANDO POR TANTAS PESSOA COM ESSA DOENÇA . E HORA DE EXIGIR MEDICAMENTOS PARA TIRAR A DOR A GRANDEZA DE UM MEDICOS E ALIVIAR A DOR DOS PASIENTES . ABRAÇOS

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  3. Prezados e já queridos senhores!
    Quando descobri está página, foi como se estivesse sufocando e alguém deixasse o ar voltar a entrar! Já levamos minha em todos os médicos possíveis no sul de Minas, eles pedem exames e o resultado é sempre negativo. Porém, vê-se no seu rosto a dor. Ela tem dores terríveis por todo o corpo, dificuldades no movimento, pontadas no peito que tiram seu fôlego e os médicos lamentam, receitam uma injeção no PS e a mandam de volta. Eu achava que o último recurso seria a "cirurgia espiritual", mas agora encontrei-os. Falei de vocês à ela. Então, estamos nós esperando que ela tenha condições de viajar para trazê-los para nossas vidas. Quando um paciente tem dor crônica, toda a família se sente impotente e sofre junto! Vocês são um alento!

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  4. Estou trazendo um produto dos estados unidos, que vai ajudar pessoas que tem qualquer tipo de dor, em qualquer parte do corpo. Procuro pessoas empreendedoras para estarem atuando com este produto em seu estado.

    1 - tira a dor de qualquer parte do corpo em minutos (metade da população global sofre de algum tipo de dor);
    2 - acelera a absorção de nutrientes;
    3 - acelera o metabolismo, contribuindo para o emagrecimento;
    4 - revitaliza as enzimas das células;
    5 - auxilia na melhora da fadiga mental e física;
    6 - antioxidante;
    7 - anti-inflamatório;
    8 - efeitos anti-cancerígenos;
    9 - aumento de energia física e mental;
    10 - auxilia na disfunção erétil;
    11 - aumenta a síntese de proteínas.

    Contato:
    Marco Antonio
    skype - marcowebempreendedor
    msn - soldadozero@hotmail.com
    tel - 11-9.95555301 vivo

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